Domenico Agasso Jr – 17 Janeiro 2020
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada por La Stampa, 16-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O caminho? O “percurso sinodal” de dois anos, “vinculante”, isto é, válido como decisões, como se a Igreja alemã fosse autocéfala. Dois momentos principais: as assembleias de 30 de janeiro a 1º. de fevereiro e de 3 a 5 de setembro.
Temas-chave:
- “autoridade, participação e separação de poderes”;
- “moralidade sexual”;
- “forma de vida sacerdotal”;
- “as mulheres em ministros da Igreja.”
Roma replicou: somente o Vaticano pode decretar sobre esses temas. Não foi o suficiente.
- A Igreja alemã, liderada pelo cardeal Reinhard Marx, prossegue, em marcha rápida,
- porque é necessário curar a “fratura entre a vida e a doutrina”que os católicos denunciam.
A Conferência Episcopal garantiu que
- “não é pensável um percurso sinodalsem reforma”,
- mas não ocorrerá “sem Roma” em questões doutrinárias relacionadas à catolicidade universal.
Uma “garantia muito tímida”, dizem alguns prelados. E é provável que a tensão cresça.
Nos últimos meses,
- o Papa enviou uma carta aos bispos alemães pedindo unidade e compreensão recíproca.
- Ele pediu para “caminhar juntos“, Alemanha e Vaticano.
Mais secos dois outros “alto lá!”da Santa Sé aos prelados teutônicos em setembro.
- O chamamento em uma carta do cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos,
- acompanhada de uma avaliação do monsenhor Filippo Iannone, presidente do Pontifício Conselho para Textos Legislativos,
- em que se afirmava que a vontade de tornar vinculantes as decisões do Sínodo local “não é eclesiologicamente válida”.
Marx e Ouellet depois se entenderam. Mas a apreensão permanece. Também porque nos últimos dias,
- no caldeirão de reuniões e eventos do episcopado alemão (entre os mais progressistas do mundo),
- a comissão para o matrimônio e a família divulgou um texto que fez estardalhaço:
- “Houve um acordo sobre o fato de que a preferência sexual do homem se expressa na puberdade e assume uma orientação hétero ou homossexual. Ambos pertencem às formas normais formas de predisposição sexual, que não podem ou não deveriam ser modificadas com a ajuda de uma socialização específica”.
Declaração que se move em direção à “normalização” da concepção de homossexualidadena Igreja.
Embora a parte mais conservadora do episcopado esteja pronta a lutar,
- “existe a preocupação de possíveis derivas”, confirma um monsenhor.
- Teme-se “sobretudo que os bispos alemães tornem estéril o diálogo com a Santa Sé que foi proposto e aceito”.
Disso se fez garante Marx, figura crucial, porque ele
- é o líder dos prelados que geram apreensão no Vaticano,
- mas também é muito próximo e fiel ao Papa.
“Iremos informar Roma continuamente” e não haverá nenhum “caminho particular”alemão sem Roma, ele acrescentou.
“Mas estamos prontos para dar à Igreja mundial contribuições para as discussões”.
É isso que está obrigando ao uso de remédios para dormir para muitos prelados.
Domenico Agasso Jr
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/595689-padres-casados-e-diaconas-os-bispos-alemaes-aceleram
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