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Foto: Ali: prêmio foi celebrado pelo gabinete do governante (picture alliance / Colaborador/Getty Images)
Segundo a organização, Abiy Ahmed Ali foi premiado por ter conseguido um acordo de paz com a Eritreia.
Apesar da maioria das apostas estar em Greta Thunberg e Raoni, nesta sexta-feira (11), o prêmio Nobel da Paz foi para o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali.
Ali foi premiado por ter conseguido um acordo de paz com a Eritreia em 2018, país que faz fronteira com a Etiópia.
Formado em engenharia, o premiê chegou ao poder também no ano passado. Aos 43 anos, Ali é o chefe de governo mais jovem da África.
“Ele passou seus primeiros cem dias como primeiro-ministro
- levantando o estado de emergência do país,
- garantindo anistia para milhares de prisioneiros políticos,
- descontinuando a censura da mídia,
- legalizando partidos de oposição,
- exonerando líderes militares e civis que estavam sob suspeita de corrupção
- e também por aumentar significavelmente a influência de mulheres na política e na comunidade etíope.
- Ele também quer fortalecer a democracia ao propor eleições livres e justas”,
diz o comunicado do Nobel.
Em outro momento do texto, o comitê afirma que quer
“expressar um reconhecimento a todos os atores que trabalham pela paz e a reconciliação na Etiópia e nas regiões do leste e nordeste africanos”.
No comunicado, também é destacado o trabalho do presidente da Eritreia, Issaias Afworki.
“A paz não é alcançada apenas com as ações de uma única pessoa. Quando o primeiro-ministro Abiy estendeu a mão, o presidente Afwerki aceitou e ajudou a dar forma ao processo de paz entre os dois países”, afirmou o Comitê.
O entusiasmo com o acordo com a Eritreia, no entanto, pode dar lugar à frustração.
- A fronteira entre os dois países está fechada novamente,
- a assinatura de acordos comerciais está suspensa
- e a Etiópia ainda não tem acesso aos portos das Eritreia.
Analistas afirmam que o caminho para a paz duradoura será longo.
O prêmio de Ali foi celebrado em um comunicado do gabinete do governante.
“Este reconhecimento é um testemunho eterno dos ideais do Medemer (“permanecer juntos” ou “sinergia”, em amárico) de união, cooperação e coexistência mútua que o primeiro-ministro permanentemente liderou”,diz a nota.
A entrega oficial do prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de 3,76 milhões de reais) acontecerá em 10 de dezembro, dia que o fundador do prêmio, Alfred Nobel, morreu.
O prêmio significará um impulso para o governante, que enfrenta uma onda crescente de violência entre diferentes grupos em seu país, onde estão previstas eleições legislativas em maio de 2020.
O anúncio do vencedor foi feito nesta manhã em Oslo, capital da Noruega, o único fora da Suécia, por desejo do próprio Nobel, já que a Noruega fazia parte do Reino da Suécia na época
Neste ano, mais de 300 personalidades e organizações estavam na lista de candidatos para o Nobel da Paz.
Em 2018, o Comitê deu o prêmio ao ginecologista Denis Mukwege (República Democrática do Congo) e a yazidi Nadia Murad, por sua luta contra a violência sexual.
*Com informações da EFE e da AFP
Fonte: https://exame.abril.com.br/mundo/primeiro-ministro-da-etiopia-leva-o-nobel-da-paz/
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