O artigo é publicado por Rebelión, 15-08-2019. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
O processo de avanço neoliberal que Mauricio Macri desenvolveu durante sua presidência
- não é um problema apenas para os argentinos.
- E não tem nada de novo ou exclusivo, em absoluto.
Da mesma maneira dramática,
- está acontecendo no Brasil,
- mas também não se restringe ao contexto latino-americano.
Na verdade, neste momento,
- o governo conservador britânico
- está tentando controlar as grandes universidades, como Oxford e Cambridge,
- para promover um modelo de mercado,
convertendo instituições acadêmicas de primeira em simples produtos comerciais.
Macri é tudo isso, representa isso, expressa isso, comanda isso, na contramão da educação pública.
E não por acaso, nada pode ser mais ameaçador para seus propósitos do que
- libertar as pessoas,
- emancipá-las, ajudá-las a pensar,
- convidá-las a desafiar
- ou impulsioná-las a perguntar sobre as realidades que nenhum gerente de marketing poderia explicar.
Todos os sistemas orientados para a dominação necessitam
- se aliar com os mecanismos de alienação,
- anular os questionamentos
- e converter as pessoas em robôs obedientes.
Aqui ou ali, esse tipo de governo segue sempre o mesmo roteiro: todo o orçamento educacional transferido para a subordinação.
Em uníssono, pouco antes ou pouco depois, de diferentes ângulos da América Latina, diversas democracias
- vão se subjugando aos mandatos do FMI,
- assinando conscientemente as garantias de estagnação
- e os programas de ajuste que não só paralisaram o passado recente,
- como desmoronaram o presente
- e condicionaram o futuro, não se sabe por quantas décadas.
Não se trata de ingenuidades, nem de equívocos, são políticas gerais delineadas para o lucro dos ricos e o poder concentrado que não pode prosperar sem o povo de mãos atadas.
Não por coincidência, todos esses governos antipopulares
- pagam incríveis campanhas nas redes sociais
- e apostam nos aplicativos que permitem promover as mentiras.
Portanto, devemos usar essas mesmas ferramentas para nos organizar construtivamente contra a opressão, porque só então poderemos resistir.
Hoje, mais do que nunca, precisamos
- reunir boas pessoas,
- refletir sobre os problemas
- e criar estruturas que nos permitam alimentar, abordar e superar nossas piores aflições, nunca pela resignação, sempre pela ação, por dentro e fora das redes.
Hoje, grito eu.
Amanhã, é a vez de vocês.
Noam Chomsky
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