O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal confessou que Bolsonaro lhe “inspira medo”. O nordestino que ficou em terceiro lugar na primeira volta foi recebido em euforia em Fortaleza ao voltar de uma viagem à Europa, mas não fez declarações.
Na véspera, aguardava-se que Ciro Gomes, derrotado na primeira ronda, também o fizesse, mas o candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de centro-esquerda não se pronunciou sobre a votação de domingo, à chegada a Fortaleza depois de uma viagem pela Europa.
Barbosa tinha sido um dos primeiros apoios procurados por Haddad logo a seguir à primeira volta, mas só agora se pronunciou.
Na sexta-feira à noite, o ambiente era de grande expectativa no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, no estado do Ceará. Uma multidão de apoiantes de Ciro Gomes – que incluía Carlos Lupi (presidente nacional do PDT) e André Figueiredo (presidente estadual do partido) – dirigiu-se ao local para receber o ex-candidato, que passou as últimas duas semanas na Europa, e os jornalistas apinharam-se ali com a perspectiva de o ouvir oficializar o seu apoio a Fernando Haddad.
Ciro agradeceu o apoio – gritou-se “Ciro 2022” – mas não prestou quaisquer declarações durante o trajecto entre a zona de desembarque e o parque de estacionamento do aeroporto.
Apesar de o PDT já ter declarado um “apoio crítico” ao candidato do PT, Ciro Gomes ainda não o fez pessoalmente. Lula da Silva, a partir da prisão, arquitectou de forma a garantir que a sua candidatura não tivesse hipóteses de sair vitoriosa.
Numa entrevista à Rádio Super Notícia, de Minas Gerais, Haddad disse “ter a certeza” de que o “seu companheiro de longa data” iria “fazer uma declaração dura nesta recta final” e oficializar o seu apoio, mas essa tomada de posição tarda em chegar.
“Estamos aqui a denunciar o que representa o fascismo de Bolsonaro, o retrocesso, e a dar o ‘apoio crítico’ ao Haddad”, afirmou o dirigente do PDT, citado pelo Diário do Nordeste. “Agora, nós não estamos no segundo turno. Quem está no segundo turno é Haddad (…), quem tem que fazer a campanha é Haddad. Nós já declaramos o nosso apoio e vamos votar”, insistiu.
Ciro Gomes ficou em terceiro lugar na primeira volta das eleições presidenciais, com 12% dos votos – equivalentes a 13 milhões de eleitores –, tendo vencido apenas no estado do Ceará, onde estão as suas raízes políticas e do qual foi governador.
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