O Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo vai promover uma cimeira “ao mais alto nível” sobre a liberdade religiosa no mundo, colocando assim esta questão de direitos humanos no centro da agenda dos EUA.
Esta reunião, inédita, terá lugar em Washington nos dias 25 e 26 de Julho, e juntará diplomatas de diversos países que, tal como os Estados Unidos, defendem a liberdade religiosa como um direito fundamental e inalienável do ser humano.
“Não será um grupo de discussão”, disse Pompeo. O objectivo, esclareceu, é “agir”, pois trata-se de “um direito de todas as pessoas deste planeta”. É por isso – acrescentou – que os Estados Unidos estão “em solidariedade com todos aqueles que aspiram à liberdade de religião”.
Foi o próprio Secretário de Estado quem fez o anúncio desta cimeira durante o lançamento, na semana passada, do relatório da Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional de 2018.
Neste documento avalia-se o estado da liberdade religiosa em 200 países e territórios em todo o mundo durante o ano passado.
A principal conclusão é que essas condições “pioraram” e entre os abusos registados há casos de
- genocídio,
- escravidão,
- violação,
- prisão,
- deslocamento forçado,
- conversões forçadas,
- destruição de propriedades
- e proibição da educação religiosa para crianças.
A comissão recomendou que 16 países fossem reconhecidos pelo Departamento de Estado como países de “especial preocupação”, o que significa que participaram ou toleraram violações de liberdade religiosa “sistemáticas, contínuas e atrozes”.
Uma das consequências da inclusão de algum país nesta lista é a possibilidade de o Departamento de Estado dos EUA promover sanções de carácter comercial, financeiro ou político.
Em relação ao ano de 2017, a Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional reconheceu como países de “especial preocupação”
- a Birmânia,
- China,
- Eritreia,
- Irão,
- Coreia do Norte,
- Arábia Saudita,
- Sudão,
- Tajiquistão,
- Turquemenistão
- e Uzbequistão.
Além destes países, a Comissão dos Estados Unidos sublinhou ainda terem existido “violações da liberdade religiosa”em mais seis países:
- Paquistão,
- Rússia,
- Síria,
- Nigéria,
- Vietname
- e República Centro-Africana.
No relatório de 2018, a Comissão dos Estados Unidos reconheceu também outros 12 países com um nível secundário (menos grave) de violação da liberdade religiosa. Esses países são o
- Afeganistão,
- Azerbaijão,
- Bahrein,
- Cuba,
- Egipto,
- Índia,
- Indonésia,
- Iraque,
- Cazaquistão,
- Laos,
- Malásia
- e Turquia.
PA| Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt
Nota da Redação:
Será que essa preocupação norte-americana é mesmo para defender o direito à liberdade religiosa no mundo? Ou é mais um pretexto para intervenção militar ou com sanções unilaterais em alguns dos países acusados? Como se de Deus tivesse tido o mandato de ser a polícia do mundo…
Por que é, então, que os USA, com sua geopolítica, criam tanta instabilidade no mundo se arrogando o direito de intervir onde , quando e como querem, desestabilizando países e regiões inteiras, como, por exemplo o Médio Oriente, a América Central e a América do Sul?
João Tavares – Editor
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