2 A Declaração conjunta tem como ponto de partida
- “o facto imutável de que o Todo Poderoso criou todas as pessoas iguais,
- independentemente da sua filiação racial, religiosa, étnica ou de outro tipo ou da sua condição social,
- e, assim, a tolerância, o respeito e a compreensão mútua são a base de apoio de todo o ensino religioso.”
Mais:
“o pluralismo e as diferenças de religião, cor da pele, género, raça e língua são expressões da sabedoria da vontade de Deus na criação.”
Por isso, a Declaração acentua que as religiões só podem ser factores de paz:
“Cremos que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e todas as outras formas de violência e guerra, sejam quais forem os seus objectivos, nada têm que ver com a verdadeira religião e devem ser rejeitados do modo mais enérgico.”
Também por isso, insiste encarecidamente com os governos nacionais e as organizações internacionais
“para que prestem uma assistência integral a todos os grupos religiosos e comunidades étnicas que foram e são objecto de violação de direitos e de violência por parte de extremistas e terroristas.”
Apela igualmente aos líderes mundiais para que
“abandonem toda a retórica agressiva e destrutiva que conduz à desestabilização do mundo e para que cessem os conflitos e o derramento de sangue em todos os quadrantes do nosso mundo.”
Em ordem à resolução dos conflitos, pede a colaboração dos líderes religiosos e dos políticos:
“Apelamos aos líderes religiosos e aos políticos de diferentes partes do mundo para que desenvolvam incansavelmente o diálogo em nome da amizade, da solidariedade e da coexistência pacífica”,
defendemos
- “a participação activa desses líderes das religiões mundiais e tradicionais e das figuras políticas proeminentes na resolução de conflitos em ordem a conseguir a estabilidade a longo prazo.”
- Há “a necessidade urgente de que os líderes espirituais e políticos trabalhem juntos para fazer frente aos desafios do nosso mundo.”
Não há dúvida nenhuma de que a religião pode contribuir para uma maior humanização, uma humanização integral, plena. Com uma condição: ser bem entendida. Reconhece-se que
“o Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais desempenha um papel importante na realização de esforços conjuntos para fortalecer o diálogo em nome da paz e da cooperação, bem como dos valores espirituais e morais.”
Por isso, a Declaração adverte:
“Esforçamo-nos por desenvolver um diálogo com os meios de comunicação social e outras instituições da sociedade para esclarecerem a importância dos valores religiosos para promover a alfabetização religiosa, a tolerância inter-religiosa e a paz civil”,
continuando:
“Constatamos que as pessoas e as sociedades que desestimam a importância dos valores espirituais e as directrizes morais são susceptíveis de perder a sua humanidade e criatividade.”
Por isso, ao mesmo tempo que acolhem
“com satisfação os progressos realizados nos campos da ciência, da tecnologia, da medicina, da indústria e outros âmbitos”,
chamam a atenção para a necessidade da sua
“harmonização com os valores espirituais, sociais e humanos.”
Fundamental é
- “aumentar o papel da educação e da formação religiosa para reforçar a coexistência respeitosa das religiões e as culturas e desterrar os perigosos preconceitos pseudoreligiosos.”
- “Pedimos que se apoiem todas as iniciativas práticas para levar a cabo o diálogo inter-religioso e interconfessional, em ordem a construir a justiça social e a solidariedade entre os povos.
- Solidarizamo-nos com os esforços das Nações Unidas e todas as outras instituições e organizações internacionais, governamentais e regionais, para promover o diálogo entre civilizações e religiões, estados e nações.”
A família e sua importância fundamental não foram esquecidas, os direitos da mulher também não.
- “Prestamos especial atenção à importância de fortalecer a instituição da família.
- Defendemos a protecção da dignidade e dos direitos das mulheres, a melhoria do seu status social como membros iguais da família e da sociedade.”
Padre e professor de Filosofia
Escreve de acordo com a antiga ortografia
Fonte: https://www.dn.pt/opiniao/religioes-o-direito-a-esperanca-a-beleza-ao-ceu–15274813.html
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