
O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado (08/10), no Vaticano, os peregrinos da grande família Salesiana, que vieram a Roma para a canonização de Artêmides Zatti, que se realizará neste domingo na Praça São Pedro.
Em seu discurso, o Santo Padre falou sobre a vida de Artêmides Zatti, Irmão salesiano italiano, que recebeu a cidadania argentina, beatificado, em 2002, pelo Papa João Paulo II.
Opção pela vida Salesiana
Ao recordar a figura do novo Santo, o Papa partiu de quatro pontos de vista: migrante, parente de todos os pobres, salesiano coadjutor e intercessor das vocações.
Falando sobre o primeiro aspecto, Artêmides como migrante,
Francisco recordou a chegada dos Salesianos à Argentina, em 1875, onde se dedicaram, de modo especial, à comunidade de emigrantes italianos.
Artêmides conheceu os Salesianos em Bahía Blanca, aonde, em 1897, chegou com sua família da Itália.
- “Infelizmente, disse o Papa, muitos migrantes perderam os valores da fé, devido aos vários trabalhos e problemas de adaptação.
- Mas, a família Zatti, foi uma exceção: participou da vida da comunidade cristã, manteve boas relações com os sacerdotes, rezavam em família e a frequência aos Sacramentos não faltou”.
Neste âmbito, Artêmis amadureceu a opção pela vida Salesiana.
Vida a serviço dos enfermos
Aqui, Francisco explicou o segundo ponto de vista da sua reflexão: Artêmides, “parente de todos os pobres“:
- “A tuberculose que o acometeu, aos vinte anos, parecia ter acabado com seus sonhos. Mas, graças à cura, obtida por intercessão de Maria Auxiliadora, Artêmides dedicou toda a sua vida aos enfermos, sobretudo, mais pobres, abandonados e excluídos.
- Os hospitais locais eram os únicos recursos para a saúde, mas, o heroísmo de Zatti os tornou lugares de irradiação do amor de Deus e de salvação, onde atuou como Bom Samaritano”.
Assim, os hospitais e as casas dos pobres foram as bases da sua missão, graças à sua profunda união com o Senhor, oração constante, adoração Eucarística prolongada e reza do terço.
Viver a missão em comunhão
Dito isso, o Papa passou ao terceiro aspecto da vida de Artêmides: Salesiano coadjutor, ao recordar seu testemunho e cura:
- “Se estou bem e saudável é graças ao Padre Evásio Garrone, missionário salesiano, que, ao ver minha saúde precária, como tuberculoso, pediu para eu fazer uma promessa a Maria Auxiliadora:
- “Se ela o curasse, estaria sempre em união com ela e cuidaria dos enfermos”.
Assim, por intercessão da Virgem, foi curado”.
- Tendo recuperado a sua saúde, dedicou-se completamente aos pobres.
- Deste modo, o Papa destacou os três verbos da vida do Salesiano coadjutor: “acreditar, prometer e sarar”.
Assim, Artêmides viveu sua missão em comunhão com os seus coirmãos salesianos.
Carisma alimentado pela oração e o trabalho
Por fim, Francisco explicou a quarta e última característica da vida de Artêmides Zatti:
- intercessor pelas vocações,partindo da sua experiência pessoal, quando era Provincial dos Jesuítas na Argentina.
- Ao conhecer a história deste novo Santo, Jorge Bergoglio fez-lhe o pedido para obter do Senhor, santas vocações de vida consagrada para a Companhia de Jesus.
- Graças à sua intercessão, os jovens coadjutores aumentaram de modo impressionante.
Partindo deste seu testemunho, o Papa destacou a importância da vocação Salesiana, de modo especial dos Irmãos coadjutores:
- “Os Irmãos têm um carisma especial, alimentado pela oração e o trabalho, e fazem tanto bem à Congregação: são piedosos, alegres e trabalhadores;
- não têm complexo de inferioridade, por não serem sacerdotes ou diáconos.
- Eles estão conscientes da sua vocação peculiar”.
O Santo Padre concluiu seu pronunciamento com uma exortação aos Irmãos coadjutores:
“Sejam sempre gratos pelo dom da sua vocação e busquem dar um testemunho especial da vida consagrada e proponham aos jovens esta forma de vida evangélica a serviço dos pequeninos e mais pobres”.
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Manoel Tavares – Vatican News
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