Participantes na reunião anual da Convenção Batista do Sul, em Anaheim, Califórnia, em junho de 2022. Foto © Baptist Press/Camille Grochowski
A resolução que condena o evangelho da prosperidade foi adoptada com o apoio esmagador dos mensageiros.
A reunião anual da Convenção Baptista do Sul (SBC, da sigla em inglês), a maior denominação protestante dos Estados Unidos,
- aprovou uma resolução que rejeita a “teologia da prosperidade”,
- considerando-a um ensinamento falso e uma distorção das Escrituras,
- sobretudo no que diz respeito à obra expiatória de Jesus Cristo na cruz.
De acordo com o The Christian Post, a resolução, aprovada por maioria esmagadora na assembleia anual da SBC
- aprovou uma resolução que considera o evangelho da prosperidade como a crença de que
- “a morte sacrificial e expiatória de Jesus concede aos crentes saúde, riqueza e a remoção da doença e da pobreza”.
A assembleia decorreu na última semana em Anaheim, Califórnia, e o texto da resolução considera ainda que aquela expressão teológica
- representa uma distorção da “generosidade bíblica”,
- explora pessoas vulneráveis e culpa pessoas que estão doentes por falta de fé,
- ao mesmo tempo que corrompe uma compreensão bíblica do sofrimento.
Segundo a mesma fonte, a resolução afirma que
- os cristãos devem “ter cuidado contra o falso ensinamento, com falsos profetas”
- vestidos com “pele de ovelha mas que por dentro são lobos esfomeados”,
- e que devem “guardar a integridade da Escritura”.
A SBC nunca antes se pronunciara sobre este tema, que é adoptado por várias correntes evangélicas.
Jesus e os pastores milionários com o dinheiro dos dízimos no Brasil – Imagem: DAQUI
Antes da aprovação, conta o mesmo jornal,
- um pastor da Louisiana pedira a palavra para propor alterar o texto referindo a remoção “do sofrimento, doença e pobreza”,
- dada a forma como a remoção do sofrimento é tantas vezes ligada ao evangelho da prosperidade.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
A resolução que condena o evangelho da prosperidade foi adoptada com o apoio esmagador dos mensageiros. O texto afirma:
- “Deus e só Deus é o nosso maior bem e o nosso tesouro supremo,
- não a saúde, a riqueza ou a remoção de doenças (…)
- e a nossa confiança está na nossa herança eterna adquirida através da obra de Cristo e é garantida pela obra residente do Espírito Santo.”
A Convenção, que reuniu mais de oito mil delegados e delegadas,
- aprovou igualmente várias recomendações sobre a questão dos abusos sexuais,
- depois da apresentação de um relatório da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa, elaborado na sequência de acusações de encobrimento dessas situações.
A criação de um grupo de trabalho sobre o tema,
- bem como de uma base de dados de “verificação ministerial”
- para acompanhar os líderes da Igreja acusados de abuso sexual
- são duas das medidas aprovadas.
O relatório, publicado em 22 de Maio, dava conta de que
- vários líderes da SBC intimidaram os denunciantes e as comunidades que apresentaram alegações credíveis de negligência com as vítimas de abuso sexual.
- O documento refere casos entre Janeiro de 2000 e Junho de 2021.
Em Dezembro de 2018, uma investigação do jornal Star-Telegram contava 412 casos de abusos em 187 igrejas baptistas dos Estados Unidos[ver 7MARGENS].
Numa conferência de imprensa após a aprovação, a advogada e sobrevivente de abusos sexuais Rachael Denhollander afirmou que
- a aprovação das recomendações
- é o resultado dos “esforços incansáveis dos sobreviventes” que “não desistiram”.
O pastor Bruce Frank, que coordenou o grupo de trabalho que averiguou as queixas de abuso, defendeu as medidas aprovadas:
- “Hoje, vamos escolher entre humildade ou arrogância.
- Escolheremos entre arrependimento genuíno ou ser continuamente passivos.
- Escolheremos entre fazer o melhor para a glória de Deus e para o bem das pessoas ou escolheremos novamente os negócios como de costume”,
argumentou, antes da aprovação da resolução.
A assembleia anual da SBC aprovou ainda uma resolução apelando ao fim da guerra na Ucrânia.
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Fonte: https://setemargens.com/convencao-baptista-do-sul-recusa-teologia-da-prosperidade/
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