Patriarca Kirill, apoiador de Putin – Foto: Reprodução
A visão maniqueísta do Patriarcado de Moscou está contida em um programa bem específico destinado a salvar um povo da desorientação moral.
“Trata-se da salvação humana, onde a humanidade se encontrará à direita ou à esquerda de Deus Salvador, que vem ao mundo como juiz e criador. Muitos hoje, por fraqueza, insensatez, ignorância, e mais frequentemente porque não querem resistir, vão para o lado esquerdo. E tudo o que tem a ver com a justificação do pecado condenado na Bíblia é a prova da nossa fidelidade ao Senhor, da nossa capacidade de confessar a fé no nosso Salvador”.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 07-03-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Kirill descreve um mundo marcado pelo consumo excessivo e pela aparente liberdade.
“O teste é muito simples e ao mesmo tempo aterrorizante: trata-se de um desfile do orgulho gay. O pedido para organizar uma parada do orgulho gay é uma prova de fidelidade àquele mundo tão poderoso; e sabemos que se as pessoas ou os países recusam esses pedidos, não fazem parte daquele mundo, tornam-se alheios a ele”.
O Patriarca de Moscou reforça então a dose e afirma que
“para entrar no clube daqueles países é preciso fazer um desfile do orgulho gay (…) Trata-se, pois, de impor com a força o pecado que é condenado pela lei de Deus, o que significa impor com a força a negação de Deus e de sua verdade às pessoas”.
A visão maniqueísta do Patriarcado de Moscou está contida em um programa bem específico destinado a salvar um povo da desorientação moral.
“Trata-se da salvação humana, onde a humanidade se encontrará à direita ou à esquerda de Deus Salvador, que vem ao mundo como juiz e criador. Muitos hoje, por fraqueza, insensatez, ignorância, e mais frequentemente porque não querem resistir, vão para o lado esquerdo. E tudo o que tem a ver com a justificação do pecado condenado na Bíblia é a prova da nossa fidelidade ao Senhor, da nossa capacidade de confessar a fé no nosso Salvador”.
Para o patriarca tradicionalmente ligado a Putin, trata-se de uma luta de outro mundo.
“Se vemos violações da lei moral é claro que nunca toleraremos aqueles que a destroem, eliminando a linha entre santidade e pecado, e especialmente aqueles que defendem o pecado como modelo ou modelo de comportamento humano”.
Por fim, no discurso, um pequeno trecho é reservado para a paz:
“Ao mesmo tempo, devemos rezar para que a paz chegue o mais rápido possível, para que o sangue de nossos irmãos pare de ser derramado, para que o Senhor dê sua graça à terra de Donbass, que há oito anos carrega a dolorosa marca do pecado e do ódio humano”.
Por ironia da sorte, as palavras de Kirill chegam no mesmo dia em que o Papa no Angelus – medindo todo o seu senso de impotência – lançou um apelo para fazer todo o possível e restaurar a paz entre ucranianos e russos,
- provavelmente agora ciente de que os espaços de manobra do Vaticano como facilitador entre as partes
- praticamente se reduziram a nada,
- esmagados pelos acontecimentos que se entrelaçaram rapidamente nos últimos dias.
Kirill e Putin se entendem bem: difícil é saber quem usa quem para atingir seus objetivos. – Foto: Paulo pes / Reprodução
Afinal, com Israel em campo a China em paralelo e, além disso, a relação incômoda com o patriarca russo Kirill, notoriamente ligado ao Kremlin que continua a repetir que é preciso apoiar os soldados russos empenhados em defender o Ocidente das degenerações malignas, só resta agora perguntar que tipo de “facilitação” poderia exercer Francisco.
Assim, enquanto o Papa gritava no Angelus: “Basta, a guerra é uma loucura“, o Patriarca russo Kirill acabava de concluir seu discurso apocalíptico.
No Angelus, o Papa também anunciou que já havia enviado dois cardeais à Ucrânia, o esmoleiro polonês Konrad Kraiewski e o jesuíta canadense Czerny. Até o momento, no entanto, parece que nenhum deles já tenha partido, como aponta o site para-Vaticano Il Sismografo.
Autor: Franca Giansoldati
Entristecedor ver um cristão insuflando e apoiando uma sequência de atos contra a vida humana. Que interpretação será que dá ao livre arbítrio que Deus nos deu?
Seria essa a “Jhirad” Cristã?
Se a falta de moral no mundo causa tristeza um apoio desse causa desânimo e desgraça para a humanidade. E não venham depois dizer:”onde está Deus que não vê tudo isso?”