Paolo Rodari – 19 Outubro 2020 – Foto: Catedral de Colônia / Pixabay
A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por Repubblica, 18-10-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O caminho foi iniciado no começo do ano em Frankfurt
- em uma reunião em que leigos e bispos trabalharam à mesma mesa,
- sem sujeição dos primeiros aos segundos.
Não por acaso, a Missa de abertura foi concelebrada por três prelados,
- enquanto todos os outros se sentaram entre o povo como simples leigos,
- como expressão do desejo de equiparar, em alguma medida, a classe clerical e a classe leiga.
As duas orientações da Igreja,
- aquela mais favorável à abertura e aquela menos,
- não encontram as mesmas respostas em Roma.
Tanto Francisco como Bento XVI são contrários à ordenação sacerdotal das mulheres.
Da mesma posição, porém, há apenas quatro ou cinco bispos alemães, entre eles o cardeal de Colônia Rainer Maria Woelki e o bispo de Ratisbona Rudolf Voderholzer.
Certamente, nenhuma mudança virá do Vaticano. Apesar do fato de que há algum tempo na Alemanha há quem pense em mudar.
A impressão é que povo e clero teutônico considerem que Francisco seja o bispo de Roma mais aberto às mudanças, mas não é o caso.
Numa entrevista ao Avvenire, D. Schick, arcebispo de Bamberg, confirmou a existência de dois grupos no episcopado:
“Há quem proponha novas vias de anúncio; quem uma nova forma de Igreja aberta também ao sacerdócio feminino”.
Sobre a possibilidade de um cisma caso os prelados não venham a conseguir impor as mudanças, Schick mostrou-se cauteloso:
“Não tenho a impressão de que os membros da assembleia sejam revolucionários. Eles estão buscando um caminho para a Igreja do futuro. Todos querem melhorá-la para enfrentar esse desafio. Essa impressão e convicção me dão a confiança de que, no final, não haverá um cisma. Às vezes, para falar a verdade, tenho receio disso, mas depois a esperança retorna”.
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Paolo Rodari
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/603849-do-cardeal-marx-a-monsenhor-baetzing-quem-lidera-a-virada
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