A reportagem é publicada por Religión Digital, 09-10-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Saulo sai à caça dos cristãos”, apontou o Papa, olhando a muitos dos assistentes à audiência, vindo de todos os cantos do mundo.
“Vocês, que vêm de povos perseguidos pelas ditaduras, compreendem bem o que significa ser povo caçado. Assim fazia Saulo, o fazia pensando que servia à lei do Senhor”.
Sopros de morte, não de vida
Um Saulo que “ameaçava sempre os discípulos. Nele há um sopro de morte, não de vida”. O jovem Saulo, acrescentou Francisco,
- “é um intransigente, um intolerante para quem pensa diferente dele.
- Absolutiza a própria identidade política ou religiosa, e leva ao outro a ser um inimigo a combater.
- Para ele, a religião era uma ideologia: ideologia religiosa, social e política”.
Algo muito comum, também na Igreja de hoje.
Assim atuava o jovem Saulo, crendo que era o que Deus queria. “Somente depois de ser transformado por Cristo, ensinou que a verdadeira batalha é contra o espírito do Mal, e ensinou que não se deve combater às pessoas, mas sim ao Mal que inspira suas ações”, explicou.
Porque
“Saulo era raivoso, conflitivo, nos convida a nos interrogar.
- Como vivo minha vida de fé?
- Vou ao encontro dos demais ou somente contra os demais?
- Pertenço à Igreja universal, ou tenho uma ideologia seletiva?
- Adoro a Deus, ou adoro às fórmulas dogmáticas?
- A fé em Deus, me faz amigo ou hostil para quem é diferente de mim?”.
Muitas perguntas, muito atuais também hoje.
“Golpear um membro da Igreja é golpear ao próprio Cristo”
Tudo muda quando Jesus aparece a ele:
“Saulo, porque me persegues?”.
E lhe recorda que
“golpear a um membro da Igreja é golpear ao próprio Cristo”.
Também hoje:
“são ideólogos que querem a ‘pureza’ da Igreja”.
Depois do encontro com Cristo, tudo muda, e se dá
“a ressurreição de Saulo a Paulo. Paulo recebe o batismo” e começa
- “uma nova vida,
- com um olhar novo sobre Deus,
- sobre si mesmo
- e sobre os demais, que de inimigo se convertem em irmãos em Cristo”.
“Pedimos ao PAI que nos faça experimentar o impacto de seu amor, pois somente ele pode fazer de um coração de pedra um coração de carne, capaz de acolher em si os mesmos sentimentos de Cristo”, concluiu.
Religión Digital
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