Reitor da Universidade Católica da Costa Rica: “O Papa propõe unir a família humana para o desenvolvimento sustentável”
C.D./EFE, 9/11/2018
Texto e Fotos: Periodista digital
Tradução: Orlando Almeida
Na Foto: Cardeal Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
A situação climática é crítica e as promessas feitas durante a COP 21, em Paris, não foram mantidas
Padre Lombardi: “‘Laudato si’ é um manifesto para chamar à mobilização social”
(CD / EFE).- O prefeito do Dicastério do Vaticano para o Desenvolvimento Humano Integral, o cardeal Peter Turkson, denunciou na Universidade Gregoriana em Roma que “alguns” padres e bispos estão causando um “bloqueio ao fluxo de informação e conhecimento” do magistério do Papa Francisco sobre a importância do cuidado com a Casa Comum.
Este “boicote” de alguns líderes da igreja a escritos papais tais como a encíclica Laudato sí torna-se ainda mais sério, segundo Turkson, porque “a situação climática é crítica e as promessas feitas durante a COP 21, em Paris, não foram mantidas”.
O cardeal Turkson expressou-se assim durante a apresentação da segunda edição do diploma em ecologia integral da universidade pontifícia. Oportunidade que o cardeal também aproveitou a para lembrar às Conferências Episcopais de todo o mundo que elas “são chamadas a difundir e dar a conhecer a encíclica ‘Laudato si’, num espírito de colegialidade”.
Apresentação do diploma na Gregoriana
Padre Lombardi: “‘Laudato si’ é um manifesto para chamar à mobilização social”
Por outro lado, em outro ato nesta quinta-feira em Roma, teólogos e especialistas também concordaram que Laudato sí é um chamamento a integrar a ecologia e a qualidade de vida nas políticas públicas.
O ex-porta-voz do Vaticano e presidente da Fundação Joseph Ratzinger-Bento XVI, Federico Lombardi, destacou, numa cerimônia na Organização da Organização para a Alimentação e Agricultura da ONU (FAO), a importância de “integrar aspectos da qualidade de vida”, não apenas de ordem econômica ou quantitativa, nas políticas dos países.
Na opinião dele, o Papa quis publicar a sua encíclica em 2015 como um “manifesto para chamar à mobilização social“, a fim de defender a “casa comum” e promover “a conversão ecológica necessária” com a adoção de novos estilos de vida.
Francisco recebeu nesta quarta-feira um exemplar de uma nova publicação, apresentada ontem pelo reitor da Universidade Católica de Costa Rica, Fernando Sánchez, que reúne as conclusões finais de um estudo sobre como o documento magisterial se reflete nas políticas públicas dos países.
O resultado foi a elaboração de um índice humano-ecológico, já apresentado no ano passado durante um simpósio na Costa Rica, em que a Finlândia, a Nova Zelândia e a Austrália ocupam os primeiros lugares de um total de 127 países, por serem os que melhor integram variáveis como o bem-estar coletivo, o cuidado ambiental ou a pegada ecológica.
Além disso, estima-se que 55% da população mundial vivem em condições “inaceitáveis”, de acordo com os parâmetros contemplados na encíclica.
Sanchez afirmou que estão trabalhando com outras instituições acadêmicas “para ver as razões que estão por trás de cada posição no índice” e poder apresentar novos resultados a cada dois anos.
“O Papa propõe que se ponha em prática a conversão ecológica que permite, a partir da solidariedade universal, unir toda a família humana para o desenvolvimento sustentável e integral“, afirmou o reitor, que sublinhou que a encíclica coloca a ecologia num lugar “central” dentro da doutrina social da Igreja.
O subdiretor geral FAO, René Castro, lembrou que os 50 países mais pobres do mundo, responsáveis por menos de 1% das emissões de gases de efeito estufa, serão os que vão sofrer os piores impactos da mudança climática.
“Temos a tecnologia e as ferramentas para fazer melhor“, apontou.
Diploma em Ecologia Integral na Gregoriana
(C.D./EFE)
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