Por David Coimbra/Direto de Kazam (*)
Foto: Urbs Magna
Os brasileiros ricos, mal educados e idiotas que foram à Rússia, vão ser nossos futuros governantes…
Se é desta juventude que dependemos, nem mil Lava-Jatos salvam o Brasil”.
Nesta quinta-feira (5/07), fomos jantar em um restaurante no centro de Kazan e oito brasileiros se instalaram em uma mesa ao lado da nossa. Eram, todos, rapazes entre 20 e 35 anos de idade, fortinhos, de bermudas, alguns com tatuagens desenhadas nos braços ou nas panturrilhas, muitos com a camisa da Seleção, um com a camisa do Palmeiras.
Instalaram-se, pediram comida e refrigerantes e então um deles sacou de uma bolsa uma caixa de som parecida com um rocambole. Colocou aquilo sobre a mesa. E ligou a música em alto volume. Bem alto. A melodia de alguma composição sertaneja encheu o ambiente como uma nuvem de gafanhotos.
Os brasileiros começaram a cantar. Por Deus, cantavam. Os clientes das outras mesas olhavam, perplexos. Havia mais brasileiros ali adiante. Esses estavam gostando da coisa. Mas os estrangeiros, perceptivelmente, não.
O restaurante já tinha música ambiente. Alguém aumentou o volume da música do restaurante, decerto para constranger os brasileiros. Mas a maior qualidade do chato é ser inconstrangível — ele sempre acha que está agradando. Como reação, os brasileiros inconstrangíveis aumentaram ainda mais o volume da música sertaneja, e quem ficou constrangido foi o pessoal do restaurante, que desligou o som ambiente.
Agora os brasileiros sentiam-se donos do lugar. Começaram a cantar as músicas da torcida, “ôôôô, cinquenta e oito foi Pelé…”. E aí… Subiram nas cadeiras! Um tirou a camisa e começou a pular. E algumas brasileiras que estavam em mesas próximas levantaram-se e cantaram e pularam também.
As garçonetes não sabiam o que fazer. Pediam que os brasileiros descessem das cadeiras, mas eles não atendiam. Seguiam cantando aos gritos: “Noventa e quatro Romariô!”.

Felizmente, minha conta veio. Saí do restaurante. Ganhei a rua, aliviado. Caminhei por um belo calçadão que leva ao meu hotel e, no trajeto, encontrei mais brasileiros. Eles gritavam e cantavam e faziam batucadas. Até aí, tudo bem, mas alguns, quando viam jovens russas, simplesmente as atacavam. Sério.Essa é a palavra: atacavam.
Eles cercavam as meninas e investiam sobre elas.
- Primeiro, as russas riam, pensando que era só uma brincadeira boba.
- Mas, diante da insistência, elas acabavam percebendo que os brasileiros queriam mesmo agarrá-las ou beijá-las ou sabe-se lá o quê, e os afastavam com as mãos e diziam que não. Niet! Niet!
- Só que eles não desistiam, ficavam em volta delas, três, quatro, cinco homens em cima de uma ou duas meninas,
- até que guardas russos acudiam as moças e enxotavam os brasileiros como se fossem cachorros, e eles eram de fato cachorros.
Esses rapazes, eles certamente foram educados em boas escolas.
- Não tem brasileiro pobre passeando na Rússia.
- Eles fazem parte da elite nacional.
- São a juventude dourada do país.
Como é que podem se comportar desta maneira? Será que nunca tiveram um pai ou uma mãe para lhes dizer que ser espaçoso é ser inconveniente?
- Eles se acham alegres, eles se acham divertidos. Por favor!
- São apenas grosseiros e obscenos.
Eis o que de melhor sai das universidades brasileiras.
- O crème de la crème da raça.
- Futuros líderes, futuros governantes.
- O futuro do país.
- Nada além de rematados idiotas.
Se é desta juventude que dependemos, nem mil Lava-Jatos salvam o Brasil”.
(*) Texto do David Coimbra, no zero hora de hoje, domingo, 08./Direto de Kazam
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