por Fredrick Nzwili, 04/07/2018
Catholic News Service
Foto do CNS / Mohamed Nureldin Abdallah, Reuters
Tradução: Orlando Almeida
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, o presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, e o líder rebelde do Sudão do Sul, Riek Machar, dão as mãos após assinar um acordo de paz em 27 de junho em Cartum.
O acordo prevê o fim das hostilidades, a separação das forças muito próximas, a retirada das tropas aliadas, a abertura de corredores humanitários
Líderes católicos do Sudão do Sul manifestaram otimismo em relação a um novo acordo de paz entre o governo e as forças rebeldes, apesar das acusações de violações em algumas frentes mais remotas.
O acordo de cessar-fogo, entre
- o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir,
- e forças controladas por Riek Machar, seu ex-vice que se tornou líder rebelde,
- entrou em vigor em 30 de junho.
Foi assinado três dias antes em Cartum, no Sudão, após negociações intermediadas pelo presidente sudanês Omar al-Bashir.
O padre James Oyet Latansio, secretário geral do Conselho das Igrejas do Sudão do Sul – Foto: World Council of Churches
Para os líderes e observadores da igreja, o pacto aumentou as esperanças de um fim para a destrutiva guerra civil que ceifou dezenas de milhares de vidas desde 2013 no país mais novo do mundo.
“Continuamos otimistas. Houve alguns combates em algumas áreas, mas considero isso como resultado de atrasos na transmissão das ordens de cessar-fogo para as linhas de frente. Algumas das áreas são distantes e a rede de comunicações é deficiente”, disse o padre James Oyet Latansio, secretário geral do Conselho das Igrejas do Sudão do Sul. “Eu quero ser otimista”.
O padre Latansio falou em meio a relatos de que combates ferozes nos Estados de Alto Nilo e Rio Yei deixaram pelo menos 18 pessoas mortas, no dia 30 de junho. Acredita-se que os ataques façam parte de uma tentativa das fações de controlar certas áreas antes que o cessar-fogo se torne efetivo.
Mapa do Sudão do Sul – joaoleitao.com
O acordo prevê o fim das hostilidades, a separação das forças muito próximas, a retirada das tropas aliadas, a abertura de corredores humanitários e a libertação de prisioneiros de guerra e presos políticos.
“Desde a eclosão do conflito, acompanhamos com grande atenção os desenvolvimentos no país. Vemos isto como um bom ponto de partida”, disse o padre Lugonzo.
Além disso, disse ele, devem ser tomadas medidas para garantir que o povo do Sudão do Sul viva em paz e que quaisquer outras divergências sejam resolvidas mediante negociações, e não por meio de conflitos armados.
“Os líderes políticos devem ter a vontade de acabar com o conflito. Os países vizinhos também devem oferecer apoio aos líderes“,disse o padre Lugonzo.
A guerra civil começou em dezembro de 2013, apenas dois anos após o Sudão do Sul ter alcançado a independência do Sudão. Embora as disputas políticas entre os dois líderes tenham desencadeado conflito, este ampliou-se com a inclusão de outros grupos armados.
Em mais de quatro anos de combates, o conflito causou
- o deslocamento de cerca de 4 milhões de pessoas
- e a entrada de 2 milhões de refugiados nos países vizinhos.
Em 2017,
- a fome afetou pelo menos 100.000 pessoas
- e até o final do ano, 7 milhões precisarão de ajuda alimentar, de acordo com as Nações Unidas.
A igreja tem estado ao lado do povo, oferecendo assistência humanitária e pastoral ao longo da guerra.
“Eu me comprometo a respeitar todo o documento que assinei e respeitarei todos os acordos que se seguirão”, disse Kiir num fórum depois de assinar o acordo.
Machar afirmou que o cessar-fogo acabará com o sofrimento do povo e trará esperança renovada ao Sudão do Sul.
Escreve no Christian Science Monitor de Nairobi desde 2012. Jornalista com 15 anos de experiência, escreve para vários jornais e revistas e Agências de notícias, sobre a África, onde já visitou muitos países, cobrindo importantes assuntos: religião, conflitos humanitários, meio ambiente, diálogo inter-religioso, conflitos sociais e polítcos. Pós-graduado em Comunicação de Massa e Bacharel em Literatura e Sociologia pela Escola de Jornalismo de Nairobi, Kenya. Casado e pai de duas adolescentes, mora em Nairobi.
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