A reforma trabalhista alterou mais de 100 pontos da CLT. E violou a Convenção da OIT
por Redação — 07/06/2018
A Organização Internacional do Trabalho cobrou até novembro deste ano explicações do governo brasileiro sobre a reforma trabalhista, depois de ser acusada de “jogo político” por Helton Yomura (PTB), ministro do Trabalho, na 107ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça.
O ministro afirmou que a organização centenária fez uma “escolha político-ideológica” ao incluir o Brasil em uma lista de 24 países que afrontam as normas trabalhistas internacionais. Procuradores criticaram as declarações do chefe da pasta.
O Brasil foi incluído em uma lista de 40 casos mais graves selecionados pela OIT no início deste ano, com observações claras sobre a “aparente inconvencionabilidade” da legislação que alterou mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Na Conferência em Genebra, os peritos da OIT confirmarma a inclusão do Brasil em uma lista menor, de 24 países, que inclui os casos mais emblemáticos de violações trabalhistas.
Vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a juíza Noemia Porto, que acompanha a Conferência, afirmou que
- “o Brasil permanecerá na lista
- enquanto houver possibilidade da prevalência do negociado sobre o legislado,
- de negociações individuais
- e contratos precários no País.
Segundo ela, o país entra num ciclo vicioso de sucessivas inserções ao lado de países que violam normas internacionais, de forma sistemática.”
Procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Fleury destacou os alertas feitos pela instituição para evitar que a reforma fosse aprovada e entrasse em vigor.
“O MPT, sempre que chamado,
- alertou o Congresso Nacional e o governo
- acerca das previsões constantes na Convenção nº 98, da OIT, ratificada pelo Brasil,
- esclarecendo que não houve o necessário prévio diálogo social
- e que o negociado sobre o legislado ofende a Convenção.
Lamento a exposição internacional do Brasil, que poderia ter sido evitada se as nossas ponderações fossem consideradas”.
Redação de Carta Capital
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