O Brasil neste ano desponta com mulheres de peso, reais merecedoras do troféu Mulher do Ano.

Por Redação -04/12/17
Nadia Ayad se destacou com uma ideia inovadora e ganhou área de produtos Sandvik Coromant’s Graphene Challenge ao usar o material em uma solução de dessalinização para casas comuns com o uso do grafeno, um material à base de carbono.
A escassez de água pendente foi o impulso para a vencedora da Nadia Ayad no Graphene Challenge.
Nadya de 23 anos, projetou um dispositivo de filtração e dessalinização para casas que usariam grafeno para reciclar água, por exemplo, de uma máquina de lavar roupa ou debaixo da pia e transformá-la em água potável. Isso reduziria os custos de energia e a tensão sobre o abastecimento de água.
De acordo com Nadia, “o grafeno era algo que ouvimos falar na aula – um material incrível que provavelmente desempenhará um papel importante no futuro porque tem propriedades muito interessantes. Comecei a ler sobre isso e tentando pensar em uma maneira de aplicá-lo”.
Nadia Ayad, formada recentemente em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), localizada no Rio de Janeiro.
Como vencedora do Graphene Challenge, Nadia visitou a Suécia em novembro e a sede da Sandvik Coromant em Sandviken e o Centro de grafeno da Universidade Chalmers.
O grafeno está se tornando a maior promessa na ciência dos materiais. Até agora, as propriedades relatadas são muitas e excitantes: é transparente e super condutor e tem a capacidade de filtrar gases e líquidos com uma molécula de cada vez, com grande calor e condutividade elétrica, transformando a luz em energia sendo 200 vezes mais forte que o aço em peso.
Os custos de produção também estão sendo constantemente reduzidos: pesquisadores da Universidade de Glasgow encontraram uma maneira de produzir grandes partes de grafeno a um custo cerca de 100 vezes mais barato do que o método de produção anterior.
Sobre o desafio, o Graphene Challenge ocorreu durante a primavera de 2016, procurando inspirar a próxima geração de engenheiros e encorajando-os a descobrir ideias inovadoras e sustentáveis sobre como o grafeno poderia ser usado em famílias modernas.
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Mulher do ano: Anitta, Nadia ou Heley?
Uma revista masculina brasileira concedeu à cantora Anitta o prêmio de Mulher do Ano. Depois de saber da escolha, ela disse:
“Quando soube que seria eleita a Mulher do Ano da [revista] parei para recapitular tudo que fiz em 2017 e só assim me dei conta de quanta coisa aconteceu.”
Com esse título, Anitta se junta ao grupo formado por Isabeli Fontana, Grazi Massafera, Maria Casadevall, Isis Valverde, Tatá Werneck e Taís Araujo, as seis vencedoras da categoria nos anos anteriores.
Não tenho absolutamente nada contra essa moça que começou a cantar aos oito anos de idade em um coral de igreja e que acabou depois se notabilizando por suas composições e interpretações de músicas funk. Não conheço as composições dela e tudo o que sei se limita a notas e fotos que vejo de vez em quando em revistas semanais de jornalismo e nos noticiários – algumas fotos bem ousadas, diga-se de passagem.
Cada um é livre para fazer o que gosta e o que pode para “vencer na vida”.
O que questiono é o título dado a ela pela revista.
- Por que “Mulher do Ano”?
- Que critérios os editores levaram em conta para fazer essa escolha?
- Fama? Discos vendidos? Projeção na mídia? Influência social e poder de lançar tendências?
- Se os critérios fossem outros, eu gostaria de propor outras “mulheres do ano”.
A Global Graphene Challenge Competition é uma competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik. O objetivo é procurar soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo que ajudem a criar novas utilizações para o grafeno,
- material extremamente fino,
- derivado do carbono,
- transparente
- e 200 vezes mais forte que o aço.
A vencedora mundial de 2016, anunciada no início deste ano, foi Nadia Ayad, recém-formada em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro.
O trabalho de Nadia concorreu com outros nove finalistas. Nadia criou um sistema de dessanilização e filtragem de água usando o grafeno, que possibilitará que milhões de pessoas tenham acesso à água potável com custo de energia reduzido.
Você ficou sabendo disso pela grande mídia? Garanto que não. Infelizmente, Nadia é outro cérebro nacional que poderá ir embora. Deverá prosseguir em seus estudos nos Estados Unidos ou na Inglaterra, países que certamente apoiarão suas pesquisas.
Quero ainda propor outra “mulher do ano”: a professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, que morreu na noite do dia 5 de outubro após tentar salvar crianças de um incêndio criminoso causado pelo vigia Damião Soares dos Santos, no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba, MG.
Segundo a polícia, Heley teria tentado conter o agressor.
Diego Abreu, primo de Heley, disse à revista Veja que a professora tinha sido efetivada este ano na escola, que pertence à rede municipal de ensino. Segundo ele, a prima sempre foi uma professora zelosa.
“Ela adorava crianças, tanto seus filhos quanto seus alunos. Amava a profissão, nem se importou com sua própria vida, salvou muitas crianças”, disse ele.
- Quando mulheres como Nadia e Heley são esquecidas pelas pessoas e pela mídia
- em detrimento de cantoras de funk, atrizes e modelos,
- podemos ter certeza de que algo muito errado está acontecendo com a sociedade.
Nadia, Heley e muitas outras mulheres
- dão duro todos os dias para estudar, trabalhar e ajudar a sustentar a família
- ou mesmo promover avanços tecnológicos que poderão salvar milhões de pessoas.
Muitas delas são mulheres anônimas que nunca receberão um prêmio de “mulher do ano”, afinal,
- não se vestem de maneira ousada,
- não cantam músicas que agradam ao gosto popular,
- não estão sob os holofotes às vezes protagonizando escândalos calculados para chamar atenção e vender.
São mulheres comuns que
- salvam vidas,
- educam gerações,
- ajudam a sustentar o pouco de humanidade que ainda nos resta.
Mas, definitivamente, não são mulheres midiáticas.
Continuarão morrendo ou indo embora do país sem que ninguém lhes conceda um título, um prêmio ou a notoriedade que suas conquistas merecem.
Há muitas “mulheres do ano” neste país, mas poucos conhecerão seus nomes.
Michelson Borges
Fonte: https://michelsonborges.wordpress.com/2017/12/01/mulher-do-ano-anitta-nadia-ou-heley/
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Brasileira ganha prêmio internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno
Foto: divulgação Global Graphene Challenge Competition
Tido como uma matéria-prima revolucionária, o grafeno é um derivado do carbono, extremamente fino, flexível, transparente e resistente (200 vezes mais forte do que o aço). Considerado excelente condutor de eletricidade, é usado para a produção de células fotoelétricas, peças para aeronaves, celulares e tem ainda outras tantas aplicações na indústria.
Por ser considerado um dos materiais do futuro, ele foi escolhido como tema do Global Graphene Challenge Competition 2016, uma competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik, que busca soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo.
E a brasileira Nadia Ayad, recém-formada em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro, foi a grande vencedora do desafio. Seu projeto concorreu com outros nove trabalhos finalistas.
Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água, usando o grafeno. Com o dispositivo, seria possível garantir o acesso à água potável para milhões de pessoas, além de reduzir os gastos com energia e a pressão sobre as fontes hídricas.
“Com a crescente urbanização e globalização no mundo e a ameaça das mudanças climáticas, a previsão é de que num futuro não muito distante, quase metade da população do planeta viva em áreas com pouquíssimo acesso à água”, afirma Nadia. “Há uma necessidade real de métodos eficientes de tratamento de água e dessalinização. Pensei que a natureza única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial como uma membrana de dessalinização e suas propriedades de peneiração superiores, poderiam ser parte da solução”.
Como prêmio, a estudante carioca fará uma viagem até a sede da Sandvik, na Suécia, onde encontrará pesquisadores e conhecerá de perto algumas das inovações e tecnologias de ponta sendo empregadas pela empresa. Ela visitará ainda o Graphene Centre da Chalmers University.
Esta não será a primeira experiência internacional de Nadia. A engenheira brasileira já tinha participado do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras, quando estudou durante um ano na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Agora ela pretende fazer um PhD nos Estados Unidos ou Reino Unido, pois acredita que, infelizmente, terá mais oportunidades para realizar pesquisas no exterior do que no Brasil.
Foto: divulgação Global Graphene Challenge Competition
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