Anne-Bénédicte Hoffner, 16/11/2017 – Foto: La Cave 222, bar associativo católico do convento dominicano da Anunciação, em Paris. / Cyril Badet
Fiéis à sua tradição de ensinar e transmitir a fé, os dominicanos lançam “TheoDom”, um programa de formação “num estilo breve e lúdico”.
Eles observam, por parte dos jovens católicos, uma procura de “conteúdo”, mas também de “debate” e de “convivência”.
Tradução: Orlando Almeida
Como responder às necessidades dos jovens católicos francófonos desejosos de “entender melhor a sua fé“, mas também de se em “uns com os outros e com o mundo exterior?”. Jovens irmãos da província dominicana da França criaram para eles um novo programa de formação com o nome de “TheoDom”.
O programa, com o subtítulo “É humano pensar em Deus”, é composto por um site (theodom.org), uma página no Facebook, na qual os irmãos postarão regularmente animações “Facebook live”, entrevistas filmadas, interativas e ao vivo, um canal do YouTube por meio do qual serão difundidos gradualmente pequenos vídeos pedagógicos e, finalmente, um feed do Twitter onde todos poderá fazer a sua pergunta sob o hashtag #amen.
“A ideia é levar em conta as mudanças observadas na prática religiosa, a maneira de ser cristão, especialmente o sentimento de ser minoria, mas também a mudança nos modos de aprendizagem – observa a Irmão Jacques-Benoît Rauscher, do convento de Friburgo e líder do projeto. – Queremos ocupar o espaço livre entre os cursos universitários, que são exigentes em termos de tempo e investimento, e as propostas a nível de paróquias, tipo Alpha ou Even [École du Verbe Eternel et Nouveau]”.
Humorísticos e abertos ao questionamento
Os primeiros vídeos gravados, sejam eles destinados a promover o programa ou a explicar “os dogmas”, por exemplo, são muito curtos, propositalmente humorísticos e abertos a questionamentos. Exatamente para explicar os dogmas, um jovem irmão irlandês escolheu começar por Asterix, cujo pequeno cão Idéfix aqui se chama “Dogmatix”. Um meio para colocar em seguida a distinção entre “dogma”, “não negociável” e “opinião teológica”, sempre questionável.
“Fazer a distinção pode ajudar os jovens a se afastarem da ideia, frequente, de que ‘tudo é superimportante’ ou inversamente que ‘tudo é relativo’. Também permite entrar no debate dentro da Igreja e com o exterior” – analisa Jacques-Benoît Rauscher, que pretende dar a palavra a vários dominicanos – “para mostrar que, também entre eles, existem abordagens diferentes“.
Sair do “virtual” entre grupos locais
Cada módulo ou ‘estação’ articula-se em torno de um primeiro vídeo de apresentação do tema, seguido de um exercício prático, de um segundo vídeo de aprofundamento, chamado ‘disputatio’ e, finalmente, a proposta de participar de um fórum de discussões sobre o tema. Tudo é gratuito e também está disponível para grupos de escoteiros ou ‘oratórios’[centros de pastoral juvenil]. As inscrições, abertas a partir de 27 de novembro, permitirão receber informações sobre desenvolvimento do curso e participar dos fóruns.
Conscientes da necessidade de ‘também sair do virtual’, os irmãos esperam que se formem grupos locais para continuar a troca de ideias. Eles pedem o apoio dos vários ramos da família dominicana, dos conventos de irmãos, dos leigos da família dominicana e das irmãs que o desejem fazer.
As sessões de verão TheoDom, lançadas há três anos, também continuarão em Belle-Île-en-Mer e no mosteiro de Chalais. Neste verão haverá também um ‘week-end’ no final de agosto no convento de La Tourette, em Lyon.
A proposta junta-se a outras da Província Dominicana da França: Retiro na cidade, Quaresma na cidade, Advento na cidade e “Théobule” para crianças.
Anne-Bénédicte Hoffner
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